VESTÍGIOS BIOELÉTRICOS (DÍPTICO)
2022Performance e instalação háptica
Colaboraboração com o artista transmedia e tecnólogo criativo Jaime Lobato (MX), com mentoria do investigador Nuno Correia (PT), desenvolvido no contexto da residência STARTS.EE.
Na sua passagem pelo mundo, o ser humano deixa várias marcas, vestígios de matéria, energia e informação. Quando um trilho é criado após alguém caminhar mil vezes sobre o mesmo lugar, permanece um vestígio de informação. Quando um assento no metro fica quente após alguém atravessar a cidade, permanece um vestígio de energia. Quando um quarto se preenche de pó composto da pele morta dos seus habitantes, permanece um vestígio de material. Uma obra de arte concentra estas três memórias num só objeto, e por isso é tão arrebatadora. “Díptico, vestígios bio-elétricos” é um trabalho que reflecte o fenómeno da bio-eletricidade: eletricidade gerada por seres vivos para ativar todo o tipos de processos metabólicos, desde a respiração ao movimento muscular.
Este dístico permite ao público assistir em tempo real aos bio-sinais envolvidos no processo de criação artística através de uma performance audiovisual, e sentir em tempo deferido estas variações energéticas através da estimulação eletrónica muscular sob a forma de tatilização de dados. A interface utilizada para exibir estas experiências é o eletromiógrafo, um sensor que permite-nos ampliar e visualizar as variações elétricas nos músculos de qualquer ser vivo.
Na performance, a artista cria um desenho em frente do público e o som das suas ações é processado para criar uma peça sonora envolvente. Os dados elétricos dos músculos da artista que são recolhidos pelo sensor controlam os sintetizadores sonoros, e são gravados para serem usados na instalação.
A instalação consiste no desenho criado na performance e o seu registo elétrico, que é exibido através de uma máquina Mexicana de eletrochoque, manipulada para alterar a intensidade dinamicamente com base nos dados recolhidos pelo sensor. Em vez de mostrar um vídeo da sessão de desenho ao vivo, mostramos um registo que rejeita tradução e representação, permitindo ao público sentir as variações elétricas geradas pela artista com os seus movimentos musculares e gravadas pelo sensor. “Díptico, vestígios bio-elétricos” é uma peça de arte eletrónica hiper-realista que coloca o público no meio do processo invisível e íntimo que é a experiência do artista quando produz uma peça de arte.
A instalação consiste no desenho criado na performance e o seu registo elétrico, que é exibido através de uma máquina Mexicana de eletrochoque, manipulada para alterar a intensidade dinamicamente com base nos dados recolhidos pelo sensor. Em vez de mostrar um vídeo da sessão de desenho ao vivo, mostramos um registo que rejeita tradução e representação, permitindo ao público sentir as variações elétricas geradas pela artista com os seus movimentos musculares e gravadas pelo sensor. “Díptico, vestígios bio-elétricos” é uma peça de arte eletrónica hiper-realista que coloca o público no meio do processo invisível e íntimo que é a experiência do artista quando produz uma peça de arte.